É defendendo a ideia de que as sociedades ditas ‘’superiores’’ impõem a regra do jogo, sobretudo no que diz respeito à linguagem, que percebemos como a linguagem foi se modificando e atendendo à necessidades nem sempre unilaterais. Aplicando a ideia de que este ou aquele não sabe ‘’falar’’ corretamente, esta sociedade classista, vai alienando o indivíduo e ao mesmo tempo atrofiando sua força de pensar, quando na realidade se o indivíduo consegue se comunicar com seu interlocutor é porque o mesmo sabe falar. Aos poucos é possível perceber as reais intenções em que não exista no aluno um produtor de textos com coesão e consistência, mas um mero e dependente reprodutor . O fato é, que o domínio da língua por seu falante lhe dá poderes de reflexão, estes essenciais na construção de uma personalidade crucial na formação de seu caráter.
Sírio Possenti, em sua entrevista ao jornalista Juca Kfoury, deixa claro que a plena interpretação da língua por seu falante, se torna um instrumento de poder, pois esta concerne também a reflexão. Também nesta entrevista, Sírio explica que a existência do erro deverá sempre existir, mas com a intenção de ajudar no acerto, que após o entendimento do erro se torna mais fácil a compreensão da forma correta.
No âmbito escolar, sobretudo o professor e seu grupo pedagógico, deveria tratar o aluno como escritor e não como revisor, como acontece ainda hoje no ensino, dando mais importância a construção de ditados ao invés de estimular a criação de textos. È portanto, a língua e o entendimento dela, o principal instrumento de socialização e interação com o mundo exterior. Esta se torna um arma nas mão de quem a usa.
Foi preciso mesmo entrar na faculdade para perceber o real poder das letras e assim entender melhor a língua da qual sou nativo. Percebo o tempo perdido em leituras que de nada ajudava ao meu vocabulário, vejo também a pouca ou quase ineficiência do ensino público ao qual fui exposto, percebo agora quantas coisas a palavra certa pode fazer acontecer. A palavra certa que faz o mundo andar.
Com a música, sempre presente na minha vida, notava sempre uma diferença entre uma boa e uma mal construída melodia, percebia que uma delas me fazia sentir bem, enquanto a outra não. Fui convencido de que, de fato, o feio não pertence à arte, pois esta é a contemplação e o reflexo do belo.
Comentários
Postar um comentário