Se amar é do homem a separação também é. Tudo
que tem início tem também seu fim e desmentindo a máxima de que a separação é o
fim, o começo de desamor, Gil, com toda sua expertise, nos mostra sob forma de
canção, que separação pode significar o começo de um amor que se transforma e
se eterniza, mostrando um outro lado da moeda, um desatar de um casamento não
como mágoa ou desamor, mas como um amor que muda...
Ainda adolescente, ouvia "Drão", e esta
música não me dizia muita coisa... “Estende-se
infinito – Intenso monólito – Nossa arquitetura. "Drão" foi
o apelido dado por Maria Bethânia para Sandra Gadelha, que, na época da
composição da música, estava se separando de Gilberto Gil. A música vai fazer
35 anos e continua universal, trata de questões inerentes ao mais profundo e
sensível amante. Hoje, percebo ser
uma das mais belas músicas de separação já escritas.
Vale a pena escutar....
P.S. Eu podia aqui divagar sobre o "catar feijão"de João Cabral de Melo Neto no processo criativo e falar sobre o elemento confessional na criação artística. Mas isso fica para outra viagem...
Drão!
O amor da gente é como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar nalgum lugar
Ressuscitar no chão
Nossa semeadura
Quem poderá fazer aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Dura caminhada
Pela noite escura
Drão!
Não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Estende-se infinito
Imenso monolito
Nossa arquitetura
Quem poderá fazer aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Cama de tatame
Pela vida afora
Drão!
Os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão
Não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre, nasce trigo
Vive, morre pão
Drão!
Drão!
https://www.youtube.com/watch?v=XW80r0cYj8g
https://www.youtube.com/watch?v=XW80r0cYj8g
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