Em ciência, em geral, um método é constituído por uma série de passos codificados que se têm de tomar, de forma mais ou menos esquemática para atingir um determinado objetivo científico. É na
tentativa de facilitar o avanço de uma educação centrada em aspectos sociais em
que o aluno é posto como partícipe de sua própria realidade, que educadores e
educandos são encarados como co exploradores, não só
buscando sugestões acerca do desenvolvimento do processo pedagógico, mas também
rediscutindo os papéis de cada um, tanto professor quanto aluno.
Essa ideia de rediscussão das práticas
em sala de aula, que também transita entre os objetivos e necessidades
individuais, se mostra como substrato da busca de um possível aperfeiçoamento do
conceito de método pedagógico, em que se seleciona, ordena e se apresenta os
itens linguísticos.
É neste sentido que Kumaravadivelu
apresenta sua teoria do pós-método propondo uma reflexão das ações entre ensino
e aprendizagem, por meio de três princípios basilares, buscando a condução do
aprendiz ao desenvolvimento de sua própria autonomia, se tornando um cidadão
pensante, ativo, tanto academicamente quanto socialmente.
Para tanto, este repensar de ações que não
se trata apenas de modificar somente o material didático, compreende, sobretudo,
uma discussão no sentido de compreender o papel de cada um dos envolvidos, suas
limitações, dificuldades, mas também seus objetivos sejam eles individuais ou
coletivos.
Kumaravadivelu também aborda a questão da impossibilidade
de existência de uma matriz monolítica em que se busque alguma espécie de
manual passo a passo para o desenvolvimento da teoria do pós-método, pois
ressalta que estas sugestões para a questão de método pedagógico, somente existirão
se forem devidamente abarcados seus três principais aspectos; particularidade,
praticabilidade, possibilidade.
O pós-método defendido pelo autor, visando
o desenvolvimento dos potenciais dos aprendizes pela observação da relação entre
aprendiz-aprendizado, propõe que entre um e outro deva existir certos níveis de
autonomia, sejam eles acadêmicos e sociais. Enquanto a autonomia acadêmica
abarca as questões de como se tornarem aprendizes efetivos, a autonomia social
busca o encorajamento para a colaboração entre os próprios colegas, não só do
conhecimento, mas também de suas dúvidas, fazendo os próprios alunos a
explorarem juntos seus mesmos desafios.
Contudo, segundo o autor a ideia de se
ter um aprendiz autônomo implica ter igualmente um professor autônomo, em que
se sinta confortável em encorajar seus aprendizes a compreender, por exemplo,
as regras de sua própria língua num sentido de que por uma tomada de
consciência se desenvolva um empoderamento para que vençam seus próprios
desafios.
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