Desde os primórdios existiu a busca pela resposta de qual ser a primeira
língua cujo qual originou-se todas as outras línguas.No início surgiu a hipótese
de que se uma criança fosse privada do contato social, esta emitiria seu
primeiro balbucio, trazendo segundo esta hipótese, a primeira língua, original,
mais antiga. Estes trabalhos que foram de cunho intuitivo, sem se voltar aos
dados da criança e do tipo longitudinal, acompanhava o desenvolvimento da
criança ao longo do tempo. Esses trabalhos seguiam a metodologia do registro de
certa quantidade de fala da criança, pois assim tentava-se alcançar uma mostra
representativa para algum estudo.
A aquisição da linguagem
tem levado tanto a psicologia como a própria linguística a se repensarem e a se
renovarem, pois, seus postulados estavam sendo profundamente refutados a cada
dia mais. Skinner, psicólogo behaviorista, propõe enquadrar a linguagem na
sucessão de mecanismos que explicam a base da estrutura do comportamento humano.
Chomsky adota uma postura inatista no processo da aquisição da linguagem e se
volta contra à visão ambientalista de Skinner, argumentando que os enunciados
produzidos pelos falantes são sim manifestações da faculdade da linguagem.
Chomsky
defende a teoria da ‘’pobreza de estímulo’’ à qual acontece quando uma criança
numa fase entre 18 e 24 meses, recebe pouco ou insuficiente estímulo à fala.
Platão, de modo geral afirmou que o conhecimento da língua é maior que sua
manifestação.
Pelo viés do inatismo - seguindo as ideias de Chomsky - no processo de
aquisição da linguagem existe uma exposição chamada de ‘’input’’ que consequentemente se torna em ‘’output’’ como sendo este o conjunto de regras para a linguagem do
adulto. A definição de (GU) proveniente da faculdade da linguagem, faz com que
a criança não escolha mais as regras, tendo em vista a questão de princípios e
parâmetros transformando- se assim em valores
paramétricos. Segundo Chomsky a GU é a caracterização dos princípios inatos que
constituem o comportamento da mente humana – a faculdade da linguagem.
Nos anos 70, no bojo dos questionamentos inatistas chomskyanos surge
Vygostsky propondo que fala e pensamento devam ser estudados sob um mesmo
prisma e atribui à atividade simbólica uma função organizadora do pensamento.
Segundo este autor todas as funções superiores originam-se das relações reais
entre pessoas. Vygotsky também afirma que linguagem é o meio pelo qual a
criança se afirma como sujeito epelo qual constrói seu conhecimento de mundo,
passando pelo outro, dando origem ao interacionismo social. Considera-se a
interação social o requisito básico no desenvolvimento linguístico.
As
diferentes relações do sujeito com a língua na aquisição da língua materna e
extrangeira têm sido invocadas como explicação para os casos de aquisição de
segunda língua. Perroni recorre á questão de estágios, considerando este
processo(o da aquisição da linguagem) algo dinâmico e não estático, citando as
fases do balbucio, vogais e posteriormente consoantes mais complexas. No texto,
as autoras explicam que desde que nascem, as crianças são expostas à um mundo
de símbolos em que a fala do outro a interpreta e lhe imprime significado.
As
polêmicas que envolvem as grandes questões estão de fato em aberto. O desafio
continua entre o que é inato e o que é adquirido. As autoras para explicar o
envolvimento da criança e o universo á que a rodeia, lembra que quando uma
criança chega à escola, já leva consigo uma carga em sua linguagem inserindo-a
dessa forma em sua comunidade linguística, que, com o passar do tempo, irá
assim, operar com objetos linguísticos.
¹ Faculdade de Letras, UFAL, Maceió, AL. Email: charlesarts@live.com
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